Desde a década de 1990 entidades da sociedade civil e setores de saúde governamentais adotaram as “cores da saúde” para alertar e informar as pessoas sobre doenças e como preveni-las. As campanhas são representadas com um laço colorido, sendo verde para doação de órgãos, amarelo para prevenção ao suicídio, vermelho para o combate a Aids entre outros. Em outubro temos o laço rosa. O laço que chama atenção para o combate, conscientização e prevenção do câncer de mama.
E por que não trazer o laço rosa para o mundo animal, já que é uma doença muito frequente entre gatinhas e cachorrinhas?
O câncer de mama é o tumor mais comum entre as pets. Nas felinas, a probabilidade é maior, de 80% a 90% e nas cadelas, é de 50% a 60%. Se não diagnosticado bem no início, o tumor pode levar o bichinho a uma cirurgia delicada que pode causar sofrimento e estresse à sua gata ou cadela.
Mas afinal, o que pode causar o câncer de mama?
Assim como as pessoas, os animais nascem com pre disposição genética. Esse é um dos fatores principais.
Outro elemento muito importante é o uso de anticoncepcionais em cadelas e gatas. Eles são cheios de hormônios que facilitam a formação de nódulos. Quanto mais hormônio, mais chances de desenvolver a doença. O ambiente também tem sua parcela de culpa: poluição, fumaça de cigarro e má alimentação aumentam as probabilidades de um indesejado câncer de mamas.
E o que fazer? Para quem acha que cruzar a fêmea no primeiro cio diminui as chances de tumores, eu tenho que te contar: essa informação é falsa…
Portanto, não acredite em tudo que passar pelos seus ouvidos ou que você ler na internet ok?
O melhor a fazer é castrar antes do primeiro cio. Veja os números:
Castração antes do primeiro cio, apenas 0,05% de chances de desenvolver câncer de mama.
No segundo cio o número passa para 8%.
A partir do terceiro cio as chances de tumores sobem para 26%.
Se a cadela ou gata não for castrada até os 5 anos de idade, as chances de desenvolver câncer de mama sobem muito, e ninguém quer isso, não é?
O professor Andrigo Barboza de Nardi, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Unesp, dá o alerta: o Brasil tem como desafio o combate ao câncer de mama nas cadelas, tipo de tumor canino mais comum no país e que pode ser amplamente combatido com a castração precoce de fêmeas.
A médica veterinária Bettina Michalak explica que para diagnosticar o câncer basta apalpar as mamas da gatinha ou cadelinha e ficar de olho durante a apalpação para possíveis nódulos. Se encontrar alguma coisa, leve seu bichinho ao veterinário. Muitas vezes o crescimento do nódulo demora e quando se percebe, já há feridas na pele, secreção nos mamilos e muita dor para o animalzinho.
“Por isso, se você identificar um carocinho qualquer, por menor que seja, não perca tempo, leve seu animal direto ao médico”; avisa Bettina.
Lembre-se, quem ama castra.